Ponte do Arco
A Ponte do Arco, sobre o rio Ovelha, liga as margens das paróquias de Folhada e de Várzea de Ovelha e Aliviada, no atual concelho de Marco de Canaveses. Até ao século XIX encontrava-se no centro do concelho de Gouveia.
Apesar das dificuldades em datar o período temporal em que foi construída, poderemos apontar para que esta seja uma edificação tardia correspondente ao período de finais da Idade Média ou inícios da Idade Moderna, quando a deslocação pendular e as movimentações ocasionais de média distância (como as procissões) ou a obtenção dos sacramentos a igrejas com sacrário, exigiu melhores vias e, consequentemente, travessias adequadas.
Arquitetura
De estrutura simples, a Ponte do Arco é composta por um só arco, com alçada em cavalete aproveitando os afloramentos rochosos nas duas margens, conferindo-lhe robustez e verticalidade.
Para suportar o embate de destroços trazidos por correntes fortes, foi-lhe acrescentado um talha-mar, encostado à face virada a montante, margem sul da estrutura. Junto a este talha-mar, com um formato retangular ligeiramente arredondado no lado norte, a Ponte apresenta uma abertura (um pouco mais baixa que o talha-mar) que permite a passagem.
Dada a persistência deste modelo em cavalete e a franca utilização do arco de volta perfeita ou quebrado como elemento de sustentação torna-se difícil assegurar a construção românica fazendo uma simples leitura à estrutura.
A ausência de siglas, não sendo determinante, auxiliaria na sua datação. Por enquanto, não se conseguiu identificar tais sinais no paramento da Ponte, não obstante obedecer a regras de construção comuns às travessias românicas.
Na margem direita, lado norte, no alinhamento do tabuleiro, erguem-se umas Alminhas, monumentos simples de piedade religiosa, erguidas quase sempre junto a caminhos rurais ou estradas nacionais com a intenção, por exemplo, de indicar os caminhos que conduzem aos grandes santuários e romarias da região.
Recuperação de Valorização
No ano de 1977 foi requerido que a Ponte fosse classificada como imóvel de interesse público justificando-se pelo local estratégico onde se situava, pela sua ligação a possíveis arqueossítios vizinhos, às tradições e lendas que a envolviam e o facto de ser, sob o ponto de vista arquitectónico “um bom exemplar da época românica”.
O processo de classificação terminou a 26 de Fevereiro de 1982, data em que, pelo Decreto noº 28, publicado no Diário da República, foi a Ponte do Arco considerada como Imóvel de Interesse Público.
Acontece que a sua classificação não foi suficiente para a sua protecção. O seu uso por veículos automóveis prejudica a sua conservação, tendo-se mesmo verificado o abatimento de parte do pavimento.
Embora, na década de 80 do século XX, tenha sofrido obras de restauro, esta continuou aberta à passagem de veículos e, logo, sujeita a todas as acções
de deterioração que daí advêm.
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